Três dirigentes do Sindicato dos Químicos e Farmacêuticos de São José dos Campos e região foram demitidos sem motivo. Ainda permanecem outros dois dirigentes sindicais demitidos por justa causa na greve de 2008. A Johnson & Johnson está com uma política absurda de ataque e perseguição à livre-organização dos trabalhadores, ao direito de greve, à representação sindical. A linha adotada pela empresa nos últimos cinco anos, é colocar a tropa de choque do estado na porta da empresa para impedir greve, ao mesmo tempo em que ataca a estabilidade trabalhista dos dirigentes sindicais, prevista na Constituição. A multinacional americana, uma das 10 maiores empresas do mundo emprega 118 mil trabalhadores em 250 companhias em 57 países. Em São José dos Campos/SP trabalham 4 mil funcionários.
Em 2008 e em 2011, a multinacional dispôs como quis de todo o aparato de repressão da PM para agredir trabalhadores, desmontar assembleias e atropelar o piquete de greve, direito também garantido na Constituição. Nesse conluio entre empresa e tropa de choque, os trabalhadores foram agredidos com gás de efeito moral e balas de borracha. Em 2008 Wellington Cabral foi demitido e meses depois reintegrado pela justiça. Hoje o RH comunicou verbalmente que sua carta de demissão está pronta e ameaçou com uma nova lista de demitidos.
Depois de anos de tentativas jurídicas, os empresários conseguiram uma juíza que deu ganho de causa à patronal se aproveitou de uma cláusula retrógrada da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) que prevê estabilidade apenas para 14 dirigentes sindicais. A base química conta com 150 empresas e 10 mil trabalhadores disseminados em mais de 8 cidades. A grande maioria dos mais de 7 mil sindicatos em todo o país têm mais de 14 dirigentes. Sindicatos de base estadual, por exemplo, elegem 130 sindicalistas além dos que compõem as regionais ou subsedes. Esse artigo da CLT contraria a Constituição Federal, que garante o direito à livre organização sindical, assim como os estatutos sindicais, que devidamente legalizados determinam o número de diretores de cada Sindicato.
O momento em que a multinacional lança mão dessa perseguição é justamente o início da Campanha Salarial do setor farmacêutico da categoria, em nível estadual. Também começam as negociações de PLR nas multinacionais do setor. Na hora em que os trabalhadores reclamam direitos, os patrões partem para demissões. Este é um movimento articulado da Johnson e vários sindicatos patronais do setor químico da FIESP. Eles estão pressionando as empresas da região a tomar atitude similar.
A ação da patronal é uma barbaridade contra a democracia, contra os direitos trabalhistas conquistados com muito suor e sangue pela classe trabalhadora ao longo dos anos. Não é aceitável que a patronal queira impor o modelo chinês de exploração, em que a legislação trabalhista não protege ninguém e a exploração rola solta. Basta de perseguição aos que lutam! Trata-se de mais um capítulo da criminalização da protesta, por parte da patronal e dos governos como vimos no caso do Pinheirinho, da USP e das greves dos policiais militares.
Os trabalhadores da Johnson pararam por duas horas e disseram claramente: Johnson, a China não é aqui! Não vamos aceitar que a patronal e a falsa justiça atropelem os direitos dos trabalhadores e as garantias constitucionais para impor a exploração desenfreada. Atacam o Sindicato para poder atacar as conquistas. Em direitos do trabalhador não se mexe!
Esta sendo preparado um ato nacional e novas paralisações. Como parte desta luta, solicitamos a todas os movimentos sociais e democráticas se pronunciar enviando uma nota de exigência à empresa e as autoridades públicas.
À Johnson & Johnson
Ao Ministério Público do Trabalho
Por meio desta, exigimos a imediata reintegração dos dirigentes sindicais demitidos por essa empresa, assim como condenamos o ataque aos direitos dos trabalhadores e o uso da violência de policiais e seguranças armados nas assembleias democráticas de trabalhadores.
Exigimos também que cessem os ataques judiciais por parte desta e outras empresas do ramo contra o livre-direito de organização contido na Constituição Federal brasileira.
Solicitamos as autoridades públicas proceder à defesa dos trabalhadores e seus representantes agredidos por estas atitudes das empresas e seus sindicatos patronais.
Enviar para:
RH Alcides: asuliman@its.jnj.com
RH Douglas: dsene@its.jnj.com
Johnson & Johnson São José dos Campos: 12-3932-3100
Facebook da Johnson internacional
http://www.facebook.com/jnj
Ministério Público do Trabalho:
pgtprocuradoriageraldotrabalho.ascom@mpt.gov.br
Copia para: quimicosjc@gmail.com
Mais informações:
Davi Paulo, Secretário de Imprensa do Sindicato dos Químicos: (12) 7820-7633
Nancy Galvão, assessora política: (12) 7820-9254
Emerson José, assessor de imprensa: (12) 7820-9464
Wellington Luiz Cabral, Secretario Geral do Sindicato dos Químicos: (12) 9744-651