Por: CST-PSOL, UIT-CI
O primeiro turno deu uma grande vitória a Bolsonaro e seu partido, o PSL. Bolsonaro tenta aparecer para o povo como alguém «por fora» da política tradicional, amplamente desgastada após tantos escândalos de corrupção e da piora do nível de vida da maioria da população.
Porém, isso é falso. Bolsonaro é um político profissional, há décadas no parlamento, que apoiou o governo corrupto de Temer e votou as contrarreformas que retiraram direitos dos trabalhadores e do povo (reforma trabalhista, congelamento de recursos para saúde e educação). É parte da política tradicional que se utiliza de inúmeros privilégios, como o auxílio moradia. Seu antigo partido, o PP do corrupto Maluf, compôs a base aliada do governo Dilma. Bolsonaro e seu guru econômico, Paulo Guedes, pretendem acelerar o ajuste fiscal estrutural de Temer, buscando privatizar e acabar com a carteira assinada e fazer a reforma da previdência. Seu vice, o general Mourão, fala em acabar com o 13° salário, uma conquista dos anos 60 que eles não conseguiram exterminar.
Bolsonaro lidera um movimento de generais, oriundos da ditadura militar de 64: um período onde não se podia contestar os governantes. Na ditadura, não seria possível ir para as ruas como em junho de 2013, fazer uma greve geral como em 2017, protestar contra a morte de Marielle ou fazer greves como a dos caminhoneiros e dos garis de 2014. Durante a ditadura militar houve muita corrupção, arrocho salarial e precarização do trabalho. Quem reclamava era preso, torturado e assassinado. Todas as políticas repressivas, assim como a intervenção militar do Exército no RJ, já comprovaram que não resolvem o problema da segurança e só significam mais mortes de trabalhadores e jovens nas favelas, em maioria pobres e negros. Portanto, a proposta de «lei e ordem» de Bolsonaro e dos militares somente vai se voltar contra os movimentos sociais e setores populares.
Hoje Bolsonaro é a opção preferencial dos ricaços, ou seja, da burguesia, do agronegócio, do comércio, da FIESP e do capital financeiro. Não é por outro motivo que a bolsa de valores está em euforia e os «investidores» declaram que Bolsonaro «é visto como o mais inclinado a promover as reformas que o mercado financeiro considera necessárias». Querem fortalecer um setor de extrema direita, ultrarreacionário, para tentar aplicar com mão de ferro o ajuste fiscal, privatizar, terceirizar, arrochar salários e colocar os generais no comando do executivo e ampliar sua influência no congresso e no STF (onde já assessoram o novo presidente da Corte). Trata-se de um projeto que precisamos combater e derrotar nas urnas e nas ruas.
Repudiamos os espancamentos e assassinatos impulsionados por apoiadores de Bolsonaro
O discurso de ódio contra LGBT, Negros e Mulheres, alimentado pela campanha de Bolsonaro, já levou a mais de 70 ataques promovidos por seus apoiadores. Um deles, terminou na morte do mestre de capoeira Moa do Katende, assassinado com 12 facadas pelas costas. Em Porto Alegre, durante o dia, dois neonazistas,eleitores declarados de Bolsonaro, atacaram uma jovem e com uma faca desenharam a suásca nazista na sua pele. Exigimos a prisão de todos os responsáveis por esses crimes polícos que vem ocorrendo após o primeiro turno das eleições presidenciais.
#EleNão: Nenhum voto em Bolsonaro! Voto crítico no 13, em Haddad/Manuela
Sempre fizemos oposição aos governos pestas. Votamos contra as medidas dos governos pestas que contrariavam os interesses da classe trabalhadora, como a Reforma da Previdência de Lula. Não seremos parte de um eventual governo Haddad e lutaremos contra qualquer medida de ajuste fiscal proposta pelo governo. Porém, há muito mais em jogo nesse segundo turno. Definivamente o capitão Bolsonaro, o General Mourão, os demais militares torturadores de 64, os ultra neoliberais encabeçados por Guedes, a UDR e a pistolagem do campo, os parasitas da BOVESPA, a cúpula da IURD, e todos os demais patrões compromedos com esse projeto são os inimigos a serem derrotados nessa eleição. Querem derrotar a classe trabalhadora com
repressão, para impor a Reforma da Previdência e garanr a aplicação da Reforma Trabalhista em cada local de trabalho. Com todas as divergências, para derrotar Bolsonaro nesse segundo turno, chamamos a votar cricamente em Haddad/Manuela. Não temos, portanto, nenhuma responsabilidade pela políca dessa chapa e mantemos nossa independência políca. Vamos seguir como parte do movimento pelo #EleNão e nos manifestar nas ruas para derrotar Bolsonaro. Sabemos que muitos trabalhadores e jovens não aceitam votar no PT de forma alguma. A esses companheiros chamamos a não depositarem nenhum voto em Bolsonaro, a não se comprometerem com esse projeto patronal, ultrarreacionário e autoritário.
Todos às manifestações do dia 20! #EleNão!
É preciso fortalecer a batalha nas ruas, construindo ofensivamente o movimento #EleNão unificadamente nas manifestações do dia 20/10. Um movimento unitário amplo com todos os setores que querem derrotar Bolsonaro. Nessa unidade é fundamental que as centrais sindicais convoquem essa data como parte de um plano de lutas que desemboque em uma nova greve geral em defesa dos direitos da classe trabalhadora, setores populares e da juventude.