Chamamos uma grande campanha internacional de apoio e solidariedade com a resistência ucraniana. Pela derrota da invasão do exército russo! Não à OTAN!
O governo de Vladimir Putin desencadeou uma invasão do exército russo na Ucrânia. Com métodos de extrema crueldade, ataca e destrói cidades, incluindo hospitais e maternidades, com o objetivo final de tomar Kiev (a capital ucraniana) e dominar o conjunto do país. Apesar da imensa superioridade militar russa, o invasor enfrenta, por parte do povo ucraniano, uma resistência maior do que a prevista, muitas vezes de caráter heroico.
Para além das considerações diferentes que tenhamos sobre o contexto mundial em que se dá essa guerra, nós, as organizações que assinam este chamado, coincidimos plenamente em definir a sua origem como a agressão de uma nação muito mais forte (a Rússia, uma das principais potências militares do mundo) contra outra mais débil, com o objetivo de subjugá-la. Isso se dá num contexto no qual, salvo um curto período no início da União Soviética (quando se aplicou a política proposta por Lenin, agora muito criticada por Putin), tanto o stalinismo como os governos capitalistas russos sempre consideraram a Ucrânia como “seu pátio traseiro”.
Por isso, apoiamos a resistência dos trabalhadores e do povo ucraniano contra a invasão e estamos pela derrota das tropas russas nessa guerra, sem que isso represente nenhum apoio nem confiança política no governo de Zelensky ou na burguesia ucraniana que chama a resistir à invasão.
Denunciamos o papel da OTAN como braço militar do imperialismo e lutamos por sua dissolução. No entanto, essa não é uma invasão da OTAN contra o território russo, tampouco contra o povo ucraniano. Ao mesmo tempo, não há soldados da OTAN combatendo as tropas russas na Ucrânia (e, que saibamos, nem em outro lado). Quem agride a Ucrânia hoje é o exército russo. Por outro lado, rechaçamos toda a ingerência imperialista na Ucrânia, seja russa, ianque, europeia ou da OTAN. Exigimos o desmantelamento de todo o armamento nuclear da Rússia e da OTAN.
Nossas propostas
A partir dessas coincidências, propomo-nos a desenvolver e impulsionar atividades em comum com o objetivo que se sintetiza no título desta declaração. Obviamente, existem vários níveis possíveis.
Em primeiro lugar, difundir esta declaração na vanguarda e entre os trabalhadores, realizar conversas e debates para ajudar a elucidar a confusão que existe sobre o caráter da guerra.
Em segundo lugar, impulsionar mobilizações para manifestar publicamente: fora as tropas de Putin da Ucrânia; apoio à resistência ucraniana; não à OTAN; como vem ocorrendo na Europa e em outras partes do mundo. Nesse marco, é possível e necessário constituir comitês de solidariedade para poder concretizar a campanha. Também apoiamos as mobilizações contra a invasão que enfrentam o governo de Putin e que este reprime com dureza.
Em terceiro lugar, impulsionar junto a organizações sindicais, estudantis e populares a arrecadação de todo tipo de ajuda ao povo ucraniano, que possam ser enviadas através de comboios de ajuda operária e popular.
Por último, mas como uma das questões mais importantes, impulsionamos e apoiamos as ações que os trabalhadores decidam tomar através de suas organizações. Por exemplo, os trabalhadores do porto da refinaria Ellesmere, em Cheshire, Inglaterra, recusaram-se a descarregar petróleo proveniente da Rússia, seguindo o que fizeram os trabalhadores do terminal de gás de Kent e em portos dos Países Baixos. Segundo a informação, “uma onda de protestos desse tipo se expande pelos portos europeus em resposta à invasão da Ucrânia”.
Diante da guerra na Ucrânia e da posição comum que expusemos, essas são as tarefas que propomos defender junto aos trabalhadores e às massas do mundo.
Fora as tropas de Putin e da Rússia da Ucrânia!
Apoio à resistência popular do povo ucraniano!
Não à OTAN!
Pela ruptura de relações diplomáticas com a Rússia por parte de todos os governos!
Liga Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional (LIT-QI)
Unidade Internacional de Trabalhadoras e Trabalhadores – Quarta Internacional (UIT-QI)
Corrente Comunista Revolucionária Internacional
13 de março de 2022
P.S: Convidamos a somar-se a esta declaração e campanha todas as organizações que coincidam com ela.