O calendário feminista incorpora o dia 28 de maio como o Dia Internacional de Ação pela Saúde da Mulher, com base nos debates gerados na Colômbia em 28 de maio de 1984, quando ativistas feministas decidiram criar a Rede de Saúde da Mulher da América Latina e do Caribe. Três anos depois, a 5ª Reunião Internacional sobre a Mulher e a Saúde, realizada em San José, Costa Rica, em maio de 1987, aprovou a declaração do dia 28 de maio como o Dia Internacional da Saúde da Mulher.
O patriarcado e o capitalismo geram problemas de saúde para as mulheres e dissidentes de gênero nas esferas da saúde mental, laboral e reprodutiva. Alguns desses problemas são sofridos exclusivamente pelas mulheres e outros, de caráter universal, são acentuadas em nosso caso, justamente pelas condições de vida das trabalhadoras, marcadas por desigualdades, precariedade no trabalho, falta de proteção em termos de saúde e previdência social, discriminação e violência de gênero. Isso é acompanhado pela política dos governos capitalistas de desfinanciar os serviços públicos de saúde e educação para favorecer as empresas privadas. Apesar disso, ao longo do tempo, as mulheres lutaram e obtiveram conquistas universais e/ou nacionais no campo da saúde, como o aborto legal na Argentina, na Colômbia e em outros países. No entanto, o patriarcado e o capitalismo em crise são incansáveis em seus esforços para retirar todas as conquistas alcançadas. Um exemplo disso é o recente decreto aprovado pelo governo de Dina Boluarte, que classifica sete identidades de gênero como transtornos mentais, incluindo a transexualidade e o travestismo.
A ultradireita, com sua linguagem odiosa, deteriora a saúde mental de mulheres e meninas, pois incentiva crimes de ódio, o que gera insegurança, medo, estresse, depressão e assassinatos violentos, como o que aconteceu recentemente na Argentina, onde três mulheres foram brutalmente assassinadas quando sua casa foi incendiada, porque elas eram lésbicas.
Neste 28 de maio, reafirmamos a necessidade de continuar a nos organizar e mobilizar, independentemente de governos e partidos patronais, para defender nossas conquistas e lutar por nossos direitos.
A partir da Unidade Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional (UIT-CI), neste 28M, nos unimos às ações de luta pela saúde da mulher e clamamos em alto e bom som pelo respeito ao nosso direito de decidir:
– Aumento dos orçamentos públicos para a saúde
– Assistência médica gratuita, acessível e feminista
– Fim da violência obstétrica
– Contraceptivos, vacinas contra o HPV e produtos menstruais gratuitos
– Educação sexual científica, secular e feminista
– Aborto legal seguro e gratuito
– Acesso livre ao processo de transição e à terapia hormonal
– Fim dos crimes de ódio